quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Eu já tinha me conformado, aceitado até, que no futuro eu seria uma velha solitária, do tipo que toma conhaque no café da manhã. Sem amigos, marido ou filhos. Sozinha. Não por desejar isso pra mim, até porque, não me parece assim tão bom. Mas as minhas escolhas na vida sempre me levaram a ser sozinha e imagino que isso se acumule ao longo da vida até chegar numa velhice completamente solitária, a não ser que se faça algo pra mudar isso. Mas também nunca pensei em mudar.
Afinal, mudar pra que? Quão complicadas são as relações humanas, e desgastantes, cansativas...
Mas eis que surge uma pessoa.
E tudo muda. Completamente.
E o que eu vejo no futuro, nem tão distante, é uma mulher feliz, com o homem que ama, um filho talvez, numa casa pequena mas com um jardim bem grande, uma árvore pra construir uma casinha com um balanço embaixo, um gato gordo e um cachorro serelepe e um coelhinho fofinho.
Mas a pessoa se acha jovem demais pra tudo isso.
E o sonho desmorona, como um castelo de cartas.
Como pensar em construir um futuro junto, se o outro nem pensa em construir futuro algum. Ou melhor, acha que ainda tem muito tempo pra pensar em começar a construir algo. Que vive como jovem inconsequente, rebelde sem causa, enquanto eu ando cheia de preocupações e dificuldades pra construir uma estrutura sólida e poder ter alguma estabilidade futura.
Não tá fácil amar alguem numa vibe assim tão diferente da minha...
Tenho me perguntado tantas e tantas vezes se espero. Não tenho dúvidas que poderíamos ser felizes juntos, mas vale a pena perder os melhores anos da minha juventude esperando sentada, vendo ele se encaminhar pra outra direção?

Vejo o velho conhaque matinal se aproximando novamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário